terça-feira, 28 de junho de 2011

Juliana - Por que ela saiu da Comunidade?



Se compilados os fatos que culminaram em minha saída teríamos um enorme livro. Infelizmente esta obra traria um enredo angustiante envolvendo os principais personagens de minha vida: minha família e meus amigos. 

Caros leitores, tentarei criar um relato legível tanto para os que estão inseridos no contexto da comunidade VV quanto para os que, felizmente, nunca fizeram parte dela. Tentarei ainda abordar alguns fatores afetivos e psicológicos que levou cada um de nós a delongar tanto nossa decisão em sair.

Meus primeiros contatos com a doutrina VV se deram no final de minha infância/ início da adolescência (época ideal para definição de vários aspectos da personalidade).

Sempre ansiei por conhecer a Deus e a Palavra dEle e por isso desde cedo comecei a “assumir responsabilidade” “dando minha vida”. Eu amava muito aquele povo e fazia de tudo para ajudar e contribuir com o bom andamento da instituição. Era extremamente “submissa” e solicita, pois tudo o que eu queria era “fazer parte do mover de Deus na face da Terra”.

Durante o tempo que passei lá me envolvi em várias atividades da instituição. Isso aconteceu com todos os que representam suas famílias neste blog. Nos envolvemos cegamente em tudo, pois a única coisa que queríamos era a “vontade de Deus”.

O envolvimento foi tão grande que chegou num ponto no qual era impossível separar nossas vidas pessoais do contexto da comunidade. Não havia vida pessoal, não havia individualidade. Vivíamos pela instituição e em prol dela.

Os encontros, reuniões e atividades ocorrem praticamente todos os dias. Todos estudam e trabalham juntos. (Há casos isolados nos quais é permitido a algumas pessoas estudarem ou trabalharem fora do contexto da instituição. Estes são extremamente monitorados ou em certos casos são tidos como pessoas “não confiáveis”). Os casamentos só ocorrem entre os membros da instituição... Tudo isso leva os adeptos a pensar que não há vida e felicidade fora dos limites da comunidade VV...

Sob o pretexto de “passar pelos tratamentos de Deus” e ainda utilizando o verso no qual Jesus disse que nossa família e amigos são aqueles que fazem a vontade do Pai; muitos de nós saímos de nossas casas (do contexto familiar) e fomos morar nas casas dos “ministros de Deus”. Costumávamos também chamar de pai/mãe àqueles que claramente se impunham como “autoridades sobre nossas vidas”. Infelizmente, sem nos darmos conta, estávamos destruindo os laços fraternos e cada vez mais nos entregando ao sistema que hoje oprime e destrói nossas famílias.

A comunidade VV sempre se intitulou como uma comunidade Cristã, mas sempre teve doutrinas muito distantes dos escritos Bíblicos. Infelizmente entramos para a instituição no princípio dela e aos poucos as doutrinas heréticas foram sendo introduzidas. As doses de lavagem cerebral eram homeopáticas, por isso tranquilamente assimiladas por nossos organismos sedentos da “vontade de Deus”.

Agressões físicas e psicológicas, anulação da personalidade, separação das famílias, abuso de autoridade... Tudo isso sempre fez parte do cotidiano da instituição, porém desde 2008 quando líderes da sede norte americana estreitaram seus laços com a filial de São Joaquim de Bicas tudo piorou. Neste ano começaram meus questionamentos mais profundos.

Sempre foi claro que à partir do momento que algum questionador abandonasse a instituição um enorme abismo se estabelecia entre as partes. A comunicação é vedada entre os adeptos e os desertores. Logo, dependendo do grau de envolvimento com a comunidade, o desligamento significa um bravo ato de coragem, pois implica na perda da família, dos amigos, do emprego, enfim, da história de vida.

As correções que recebíamos, as orações que fazíamos, os louvores que cantávamos, os versos bíblicos que ouvíamos... TUDO nos induzia a ficar. Orávamos e chorávamos juntos. Era tudo muito “lindo”... Como abrir mão de uma realidade tão “pura” e “segura” onde todos querem fazer tão somente a “vontade de Deus”? Como largar toda sua vida e se aventurar num mundo desconhecido e tão mal pintado? Por não encontrar respostas seguras a essas questões aos poucos nos distanciávamos de nossas famílias e do mundo e nos sentíamos cada vez mais aceitos e acolhidos dentro do grupo.

A abnegação e conseqüente alienação nos fazia viver em um mundo paralelo criado e completamente manipulado pelos líderes da comunidade VV. Era permitido a alguns de nós transitar nos “dois mundos”, mas a consciência era tão modelada e restrita que não conseguíamos ir além do que nos era permitido.

Durante os louvores afirmávamos enfaticamente frases do tipo: “eu não me moverei, tal como a árvore, plantada junto às águas, sempre estarei...”; “até aqui pudemos chegar, não vamos retroceder... não vamos parar, nem desistir”; “não nos prostramos, dobramos ou desistimos”. Todas essas frases eram formas de afirmação da doutrina que sutilmente nos persuadia a permanecer e a lutar. Permanecer pra quê? Lutar pelo quê? Para sermos um povo “peculiar”, “especial”, “uma geração santa”. (Qualquer coincidência com os fundamentos da doutrina nazista talvez seja mera semelhança).

Sabíamos que vivíamos em “outro mundo” e o pior, éramos felizes e orgulhosos por isto! Em nenhum outro lugar (a não ser na sede e demais filiais) havia um povo como aquele! Tínhamos certeza que estávamos no caminho certo, pois éramos a minoria e estávamos constantemente sendo “perseguidos”. Quanto engano e alienação!!! Hoje entendo claramente que a “perseguição” que sofríamos era decorrente dos escândalos que o estilo de vida que nos era imposto causava.

Quando havia “ímpios” em nosso meio éramos induzidos a mostrar o quanto éramos felizes por sermos parte do povo “especial de Deus”. Na presença de não adeptos a atmosfera de terror que dominava o local durante os cultos se findava. Bastava um comando e tudo voltava à normalidade.  Nos submetíamos a isso, pois “abrir portas para que ímpios espiassem nossa “liberdade” seria como dar pérolas aos porcos”... E todas essas desculpas nos mantinham lá... Elas inconscientemente massageavam nosso ego e de certa forma nos fazia um povo “especial”, “peculiar”, o “sacerdócio real”, a “nação santa”. Cada vez que nos esforçávamos para nos enquadrar no esquema proposto anulávamos nossas individualidades sem nos darmos conta disso.

Como já citei, várias são as estratégias de manipulação e controle da mente dos membros. Chegam ao ponto de confiscar pertences (instrumentos musicais, celulares, pen drives, livros...) momentaneamente e até por tempo indefinido. Como exemplo cito a época em que os jovens que trabalhavam na escola e tinham o privilégio do uso de celulares eram obrigados a deixá-los na secretaria para diminuir o risco de comunicação entre nós. Cito também o caso do filho do Eduardo, RG, que teve seu saxofone confiscado pela líder BL por longa data e acredito que ele ainda não o recebeu. Alguns abriam mão de seus pen drives, senhas e arquivos virtuais para serem fiscalizados e monitorados... Pacificamente nos submetíamos a todas essas desumanidades, pois do que importa “perder a própria vida para ganhar a alma”? Hoje sei que “perder a vida” e “fazer a vontade de Deus” tem significados completamente diferentes.

Desliguei-me da comunidade VV simplesmente por não aceitar mais o que descrevi acima. Dentre tudo o que já foi escrito nesse blog o que mais me entristece é a maneira medíocre que eles utilizam para manipular pessoas e situações. Os membros são manipulados e usados da maneira que os líderes querem e em minha opinião não há estratégia de difamação mais suja e baixa do que usar familiares e amigos para denegrirem a imagem dos que um dia decidem sair. Isso é o que eles fazem constantemente. Pais saem e seus filhos que permanecem são literalmente usados para difamarem de púlpito a memória da família. Filhos saem e seus pais também são usados. Cada vez que um membro se desliga ele é difamado e caluniado perante os que ficaram. Não há estratégia mais covarde...

 Hoje entendo o caráter de Cristo e o quanto Ele nos deixa livres para realizarmos nossas escolhas. Em nenhum momento Ele nos obriga a nada e nunca nos pressiona a segui-Lo através da dominação, do medo e da castração mental.

Saí da comunidade em maio de 2009 e desde então não tenho nenhum contato com minha irmã. Sempre fomos grandes amigas e não havia segredos entre nós. Somos vizinhas. Ela é casada e tem 3 filhos e infelizmente sou impedida de manter qualquer tipo de comunicação com qualquer um deles. É dilacerante. As heréticas doutrinas da comunidade VV têm destruído nossa família.  
Por: Juliana

Juliana é formada em Ciências Biológicas e atualmente é Pós-graduanda pela UFMG.  Ela e sua mãe, Dona Irene, foram acolhidas com todo amor pelos Prs. Daniel e Marli Itaboraí. Juliana está agora reconstruindo sua vida após a perda do contato com parte da família.
Equipe do Blog Verdades Não Ditas

segunda-feira, 27 de junho de 2011

MINHA FAMÍLIA VOLTOU PARA CASA ...


Meu nome é Tina, tenho 71 anos e tive minha filha, genro e 2 netos dentro da Comunidade VV por 18 anos.

Minha filha sempre foi alegre, envolvida com os primos, tios, ávos desde criança. Ela foi a 1ª neta da família, sempre a tivemos por perto. Não sou evangélica, mas sempre respeitamos sua decisão de ser crente. Até pouco tempo após seu casamento tínhamos nossa filha conosco. Porém após o ano de 1994 tudo mudou. Percebemos sua ausência nas festas de final de ano, aniversários, dia das mães. Ela e meu genro viviam para igreja. Sua família agora não era mais a gente.

Sofremos a cada ano quando não os víamos chegar a nossas reuniões. Aquela menina que amávamos estava cada vez mais distante. Suas roupas mudaram.Eles vestiam sempre iguais,os mesmos cabelos e sapatos. Ela não era mais sociável. Eu e minha outra filha sofremos muito, mas não imaginávamos que pior estava por vir.

Após 8 anos ela se engravidou e esperávamos com alegria meu primeiro neto. Como toda avó, fomos tomados de expectativa, afinal era nossa neta esperada. Que dia lamentável! Que tristeza! Quando cheguei na casa para vê-las as pessoas evitaram que eu trocasse a roupa da minha netinha, me disseram que não poderia vê-la sem roupa. Me senti uma pessoa doente. Como não podia ver minha própria neta?

Levei uma flor linda, era um sabado e no domingo seguinte seria dia das Mães. Queria demostrar à minha filha amor, pois agora ela também era mãe como eu. Demorei para esquecer a cena dela me devolver a flor dizendo: “não comemoramos dias da mães, isto não é de Deus”. Meu coração sangrou.

Os anos se passaram quase não vi minha neta crescer. Tínhamos notícia da maneira dura que ela era criada. Reprimida de ver desenhos, ir ao parque, ler livros. Eu, minha filha mais nova e as tias não podiamos acreditar como uma pessoa tão inteligente se submetia à tamanha ignorância.

Tenho minha fé com Deus e não deixei de pedir a Jesus para libertá-los. Nunca perdi a esperança.Fizemos novenas,campanhas, dentro do tamanho de nossa fé.Sei que muitos aqui são evangelicos e não quero faltar ao respeito, mas este exemplo de religião eu não quero nunca para mim.Um igreja que impedi as famílias de se encontarem e trabalham o desafeto neles.Não.Não quero mesmo.
Até que em 2008 meu genro adoeceu e foi completamente abandonado pela comunidade. Minha filha estava grávida de meu segundo neto. Foi minha oportunidade, mesmo sendo em uma situação difícil como aquela. Ele estava completamente desequilibrado emocionalmente. Eu me perguntava, como que pessoas que diziam amá-los tanto por anos, agora o deixaram naquele estado. Que evangelho é este? Este Jesus eu não queria nunca mesmo.

Eu vi a provisão de Deus em tudo, porque foi uma oportunidade dos dois perceberem que algo estava errado. Minha filha ainda insistia em ficar lá depois de tudo. Até que finalmente meu genro pediu me  ajuda diretamente e juntos começamos a agir. Sabiamos  que ela não percebia o que estava ao seu redor, estava muito envolvida emocionalmente com as pessoas e confiança muito neles.

Resolvi contribuir com este espaço, porque conheço pessoas que ainda estão neste lugar e não conversam com seus pais, filhos e ávos. Quero dizer que não sou deste lugar, nunca fui, porém fui vitima de separaçao de minha neta e filha por anos. Fui excluida como se eu tivesse uma doença que contaminase elas. Por este motivo escrevo aqui para dizer que isto não pode continuar.Vocês precisam lutar pelos seus.

O sogro dela faleceu sem aproveitar o convivio do meu neto que ele sonhou ter. Não deixem isto continuar na sua familia.
Hoje minha familia reviveu. A Ana voltou para casa após 18 anos. Meus netos estão comigo sem medo. Posso comprar presentes e depois de 9 anos pude dar uma abraço afetuoso de feliz aniversário sem ser repreendida.
Aquela flor que foi desprezada, foi recebida este ano de maneira tão maravilhosa. Foi minha filha que trouxe um lindo arranjo de flor para mim e disse: “mamãe feliz dias mães! Me perdoe por tudo, eu te amo.”

Por: Tina 


Dona Tina, juntamente com sua filha caçula Ana Claudia, nunca desistiram de ter sua família de volta. Ana Paula deixou a comunidade em março 2010, Ricardo em Novembro (2009) com seus filhos Vitoria (10 anos) e Paulo (4 anos) também. Os seus  netos brincam juntos hoje sem bareras e a vida deles vai  se reconstruindo após anos de separaçao social.
Equipe do Blog Verdades Não Ditas

sábado, 25 de junho de 2011

Leonardo Oliveira - Por que ele saiu da Comunidade?


Estimados amigos;

É com prazer e, sobretudo um profundo sentimento de justiça que lhes deixo um relato sobre meu ponto de vista em relação à comunidade V V.

Apesar de ter tido um intenso contato com a referida instituição, digo, desde já, que sempre achei seus métodos pouco contemporâneos. Diante dos fatos já expostos e dos que elucidarei, faço uma analogia com um dos piores episódios de nossa história: a Inquisição Católica na Idade Média.

Nesta fase a “religião” era utilizada como forma de domínio, haja vista que naquela época o fiel que questionasse os dogmas e paradigmas, enfim “o domínio divino”, era executado sumariamente.

Felizmente hoje não temos as fogueiras que cruelmente, dizimaram milhares de pessoas, entretanto no que diz respeito à citada comunidade ainda existem remanescentes de tortura. Tortura sim, vocábulo pesado, mas não encontrei nenhum outro que mitigasse o efeito das ações praticadas nesta instituição.

As torturas ocorrem de diversas formas e vão desde agressões físicas, (como já descreveram alguns companheiros em relatos que precedem o meu) a castração mental através de artifícios de manipulação. Em ambos os casos elas têm a finalidade de afetar psicologicamente as pessoas e seu efeito é que anulação da individualidade e do potencial racional dos membros.

Enquanto estava participando da comunidade estive submisso a esta tortura ficando extremamente confuso. Em momentos revoltantes cheguei ao absurdo de questionar até mesmo a justiça Divina. “Que ‘deus’ é este que separa famílias? Que ‘deus’ é este que priva tantas pessoas, inclusive jovens e crianças de suas liberdades? Por que nas pregações e aconselhamentos a figura divina é tão cruel e vingativa? Por que todos nós éramos considerados tão impuros mesmo após horas de gritos de exorcismo? Quando alcançaremos os padrões propostos pela instituição?” A resposta a este último questionamento digo a vocês companheiros de blog e aos que ainda se encontram encarcerados:  NUNCA!!!

Reitero que essas indagações me sobrevieram num período de grande revolta. Hoje sei que o verdadeiro Deus age como um pai: Ele anseia em receber o amor de seus filhos e manifestou este anseio em um dos seus mandamentos (Êxodo). Já o temor a Ele é uma consequência deste amor.  Amá-Lo é um requisito para a entrada nos céus, mas temê-Lô não nos dá essa garantia, pois há muitos que o fazem por mera covardia e estes, segundo o livro de Apocalipse ficarão de fora das promessas celestiais.

Faço agora uma alusão à alegoria Mito da Caverna escrita pelo filósofo Platão em sua famosa obra A República. Esta parábola secular serve para explicar a situação dos membros ainda enclausurados na comunidade VV: Imaginem uma caverna onde há seres humanos como prisioneiros e estes permanecem de costas para a abertura luminosa, e de frente para a parede escura do fundo do local. Devido à luz que entra na caverna, os prisioneiros contemplam na parede do fundo as projeções destorcidas dos seres e objetos que compõem a realidade. Acostumados a verem somente estas projeções, assumem a ilusão do que vêem (as sombras do real) como se fossem a verdadeira realidade. Se escapassem da caverna e alcançassem o mundo real, ficariam livres da ilusão. Mas, estando acostumados com as sombras e ilusões teriam de habituar os olhos à visão do real. Primeiro olhariam as estrelas da noite, em seguida as imagens das coisas refletidas nas águas tranqüilas, até que pudessem encarar diretamente o sol e enxergar a fonte de toda luminosidade.

Espero de coração, que meus familiares e amigos tenham a oportunidade de sair da caverna onde a realidade é tão destorcida. Espero que eles não tomem mais as ilusões como verdades absolutas, sofrendo e trazendo sofrimento aos que lá não mais se encontram. A situação é triste, principalmente no contexto no qual me encontro (separado drasticamente de minha irmã e de meus três sobrinhos e mantendo um contato bastante limitado com meu pai), mas compreendo a debilidade e fragilidade deles em tomar certas decisões: são fatalmente desprovidos do contato com o mundo real para estabelecer comparações.

Podem não estar entendendo nosso esforço em manter contato e até mesmo nos julgando erroneamente por isso, mas tudo o que queremos é partilhar da companhia de vocês e viver em família novamente. Temos esse direito.
Do lado de fora aguardo ansiosamente o dia em que juntos contemplaremos a verdadeira fonte de toda luminosidade: JESUS.

Por: Leonardo


Leonardo Roberto de Oliveira; 32 anos, aluno do curso de Direito da UIT (Universidade de Itaúna), Funcionário da Secretaria de Estado e Defesa Social (SEDS). Hoje vive na companhia de sua esposa e dois filhos.
Equipe do Blog Verdades Não Ditas

sexta-feira, 24 de junho de 2011

A SEPARAÇAO DE FAMÍLAS VAI ALÉM DE NOSSAS FRONTEIRAS - John Huddle / Carolina do Norte - EUA


 " OBEDIÊNCIA CEGA , ROUBA A VIDA "

Pediram-me para relatar resumidamente como a Comunidade WOFF e a líder JW manipulam e causam os membros das famílias se voltarem uns contra os outros.
Esse assunto é extenso e não é fácil de ser compreendido de imediato. Eu digo isto porque o fundamento que causa a separação das famílias pelas crenças e práticas dessa Comunidade começa assim que a família entra nessa primeiramente chamada ‘igreja’.  Logo ao entrar, você percebe que a separação começa a partir do seguinte ensinamento: ‘Quem vai com Deus e quem não vai?’ Assim, se torna normal entre eles o fato de julgarem entre eles ‘quem vai com Deus ou não’ e ‘quem anda nos caminhos de Deus ou não’. Eu testemunhei a maneira como as crianças de uma família na Comunidade de Carolina do Norte tratavam o pai que tinha deixado a comunidade, e nunca imaginei que um dia eu estaria na mesma situação que ele.
Eu testemunhei a reação da congregação quando algumas crianças da Comunidade foram à frente para contar ao povo como lidaram com a mãe que deixou a comunidade. Eles falavam em meio a risos e aplausos como ‘se posicionaram por Deus’ e sua mãe teve que deixa-los lá.
As situações dentro da Comunidade são individuais e diferentes, mas os resultados são todos os mesmos. Praticamente TODAS as vezes que um dos cônjuges decide deixar a Comunidade por alguma razão, a família se divide e há contenda, tumulto e perturbação emocional. Há muitas dores, questionamentos e lágrimas.
E por que razão? Alguns deixarão todos os membros de família para seguir a líder a qualquer custo. Quem conhece a Deus mesmo?  “Se posicionar por Deus” e negar contato com pais ou filhos que deixaram a Comunidade é visto por eles como uma atitude honrosa. É recompensado com alguma sorte de ‘respeito’. Por que? Porque aqueles que permaneceram na Comunidade não têm noção da facilidade que é para eles serem os próximos a serem excluídos pelos seus familiares.
Em 9 de abril de 2008, a minha exclusão começou quando fui mandado embora do meu emprego que era na empresa de um membro da Comunidade. Meus filhos foram privados de um contanto normal comigo e como eu já havia percebido, esse afastamento deles de mim era esperado e encorajado.
Minha esposa só conversava comigo sobre os ocorridos e quão maldoso eu era e como eu precisava de ‘voltar para Deus’.  Eu não tenho duvida de que os líderes GS e LS estavam instruindo-a para enfrentar a situação. Eu descobri isso porque eu verificava as ligações telefônicas dela e percebi as diversas ligações demoradas deles durante muito tempo.
Depois de oito semanas de pessoas me evitando e de ter sido expulso da Comunidade por ter contado dois pensamentos que eu tive, eu me mudei para uma cidade a 30 minutos de lá.
Três dias depois, eu retornei para pegar os meus pertences. Eles já tinham sido empilhados no chão da garagem. Meus filhos tinham sido tirados da casa. Apenas minha esposa estava lá e eu não fui permitido voltar para a casa onde morávamos. Meus filhos escreveram uma carta me dizendo para eu me arrepender e voltar para Deus. Essas eram as mesmas palavras que outras crianças escreveram para seus pais quando deixaram a Comunidade. Eram frases ditadas pela liderança.
Esse foi o exato momento do fim da minha família. Eu tive que contratar um advogado e lutar pela guarda do meu filho. Minha esposa pediu o divórcio no inicio desse ano. Da mesma forma que vi experiências de outras famílias com problemas de separação pelo fato de um dos cônjuges terem deixado a Comunidade, aconteceu com a minha família. Hoje, meus filhos não respondem às minhas cartas. Meus filhos se recusam a falar comigo no telefone.
Toda essa separação começa quando uma pessoa decide fazer parte dessa Comunidade e crê nas coisas ditas pelos líderes.
Por: John Huddle

John Huddle, ex-membro da Comunidade WFF nos EUA, a qual a Comunidade VV é filiada. Perdeu a esposa e os filhos.
Equipe do Blog Verdades Não Ditas

quarta-feira, 22 de junho de 2011

RONALDO MOREIRA - ELES QUASE DESTRUÍRAM MINHA FAMÍLIA


            MINHA FAMÍLIA FOI RESGATADA DO VV PELO  PODER DO SENHOR JESUS!
Meu nome é Ronaldo Moreira, minha família esteve muitos anos totalmente sem nenhuma estrutura por causa da comunidade VV. Vivemos sem contato familiar por que ninguém podia participar dos aniversários,casamentos,almoço de fim de semana etc.

Na realidade meus pais (D.Geralda e o Sr.Moreira)com certeza, sofriam muito com a falta dos filhos, netos e noras; até porque minha família vivia até certo tempo em harmonia.

Jamais poderíamos ver nossos filhos ou seja os primos brincarem juntos,ter uma convivência normal, como todas as famílias normais vivem.

Só para vocês terem uma idéia, minha mãe chorou varias vezes por esperar a família chegar para  participar de algum momento entre família.

Era muito triste quando os filhos chegavam, não podia ter uma conversa em particular, porque sempre tinha uma pessoa ou mais acompanhando(eles chamavam atalaia), assim tirava completamente a liberdade.

Agora o pior aconteceu, quando foi o culto de aniversário do nosso pai, Sr.moreira, 70 anos de idade. Fizemos um convite especial para todos os amigos e parentes.

Recebemos muitos amigos e irmãos, porém, meus irmãos, sobrinhos e cunhadas, do VV, não apareceram!!!

Foi uma ducha de agua fria para meus pais. Não imaginavamos que  seria o ultimo aniversário do nosso pai!!! Infelizmente foi o último mesmo, meu pai, Sr.Moreira, decepcionado não com os filhos, netos e cunhadas, sentiu muito.

Veja bem o coração desse homem, ele contudo isso, poupou sua família e disse: "Eu entendo tudo o que está acontecendo". Ele sempre disse que tinha fé em Deus, que um dia, os olhos deles se abririam e que um dia então, nossa família voltaria aquela verdadeira harmonia de sempre!!!

Nós considerados "aqui de fora", oravamos, jejuavamos, íamos ao monte, fazíamos campanha de oração, choravamos muito na presença de Deus e acreditavamos que um dia, não sabendo quando seria, mais que minha família sairia livres daquela escravidão.

Nós considerados "aqui de fora", vivíamos em harmonia, porém eles os separados, viviam infelizmente cegos e oprimidos, pois era notório quando tínhamos oportunidade de encontrar com eles. Víamos isso na cara, a angustia, a opressão, a indiferença. Só aqueles que se encontram ali aprisionados não conseguem ver como são infelizes!!!

Meu pai o Sr.Moreira, por ser um homem de bom coração, amava os jovens daquele lugar, orava muito por eles. Nós temos uma carta/oração escrita por proprio punho, dizendo que Deus ia abrir os olhos de cada um. Nunca perdemos a fé em Cristo Jesus, porém perdemos o Sr.Moreira, infelizmente não pode desfrutar com mais itensidade os seus netos, filhos e noras todos juntos hoje.

Deus nos deu muita força e corremos atrás do prejuízo. Movimentamos as coisas e não só através de oração, agimos também. É muito importante que as pessoas se unam e se for preciso vá atrás da impressa televisão, jornais e rádios, governantes.

Eu fiz a minha parte, dei entrevista na rádio itatiaia, fui na assembleia em audiência dos direitos humanos, etc.

O que não fizemos foi desanimar e deixar nossos queridos vivendo daquele lugar de opressão e mentiras diabólicas!! Deus nos honrou,ele honra,Deus é tremendo,Deus é fiel e justo!!! Graças a Deus, podemos dizer com o coração aberto, sem sombra de dúvidas.
"Minha casa serve ao Senhor Jesus Cristo. Aquele que vive e reina para todo sempre!!!

Você que tem acesso a este depoimento, pode entrar em contato com os administradores do blog, mande um email para eles. Peça ajuda!!! Tenho seus  telefones e email se precisarem.

Busque informações e cria coragem, os líderes do VV os americanos, são covardes, mentirosos e enganadores. Nunca tive medo deles, vocês também não devem ter medo. Sua família vale muito!!
Por Ronaldo Moreira

Ronaldo é um servo de Deus,vitorioso em Cristo Jesus. Diacono da igreja batista de Ermelinda.
Ronaldo é irmão de Rogerio e Ricardo, que deixaram a comunidade VV. Os dois compartilharam seus depoimentos neste blog. Ronaldo com outros irmãos e parentes, lutaram até o fim, para verem toda sua família  fora do VV. Hoje isto é uma realidade. Rogerio, Alexandra, AnaCarolina(19 anos), Laura(5 anos), Ricardo, AnaPaula,Vittoria(10 anos) e Paulo Ricardo(4 anos) são livres para servir Deus e amar verdadeiramente sua familia.



Equipe do Blog Verdades Não Ditas

NOTA IMPORTANTE !!!


A todos os amigos,visitantes e curiosos deste Blog


O movimento das famílias separadas pela imposição religiosa do VV, ainda não completou um mês de  Blog e já atingimos grandes objetivos.
Os acessos e vistas são de diversos lugares do pais e do mundo.Sabemos que os líderes do VV e USA, são nossos visitantes fíeis, porém o maior tráfico de acesso,  são  parentes de membros  e a sociedade.As informações, estão trazendo esperança e  conhecimento da verdadeira historia que existi por trás dos muros da comunidade.


A cidade de São Joaquim de Bicas está nos apoiando! 
Os parentes que antes com medo, estão entrando em contato!
As autoridades estão se movimentando de maneira objetiva e decisiva!!!
A igreja está orando e apoiando as famílias..


"ESTE  ESPAÇO  DO  BLOG  NÃO  VAI   ENFRAQUECER ENQUANTO  AS  FAMÍLIAS  NÃO  ALCANÇAREM  SEUS  FILHOS,PAIS,NETOS,PRIMOS,TIOS,SOBRINHOS E AMIGOS


                              NÃO  VAMOS  PARAR !
 ESTAMOS  JUNTOS  E SEM  MEDO  DE LUTAR  POR VOCÊS.


A equipe do Blog agradece as visitas e carinho de todos os 7.600 acessos .  

terça-feira, 21 de junho de 2011

Érica Gonzaga - Por que ela saiu da Comunidade?


UMA MÃE QUE NÃO PERDE A ESPERANÇA  
Sou evangélica desde os onze anos de idade. Sempre busquei fazer o que achava que era bom diante de Deus e dos homens, sempre me alegrei muito em estar na presença do Senhor. Com muitos desafios tentei criar meus filhos na santidade e na presença do Senhor. Abri mão dos meus ideais para viver para os meus filhos. Parei de estudar e trabalhar por achar que eu seria a pessoa certa para educá-los da forma que eu achava boa e para não ter dúvidas que isto seria feito, eu mesma fui fazer isto, e no meio de muito carinho e abnegação, criamos nossos filhos dando tudo que tínhamos de melhor. Da mesma forma me dediquei a esta comunidade, com tudo que tinha, com todo meu amor e confiança, entregando todo meu trabalho e dedicação a eles, sendo fiel em todas as áreas, zelando por vidas e tentando ajudá-las da melhor maneira que achava.
De repente... Meus filhos são roubados de mim como se faz com um animal ... Vão ao ninho e tira-se os filhotes da mãe!!!  E aí ?? o motivo?? Calúnias, mentiras, difamação e engano!! Nunca o que foi falado a nosso respeito (meu marido e eu) sequer passou pela nossa cabeça algo parecido. Antes de tudo isso acontecer, tínhamos um relacionamento maravilhoso com todos, principalmente nossos filhos e agora temos vivido um terrível pesadelo. Uma tragédia inaceitável e desumana. Hoje sabemos que por motivos convenientes à comunidade começaram a nos difamar e nos denegrir para nossos filhos e eles começaram a acreditar como já foi falado neste blog por alguns jovens.
Durante todos os anos que estivemos lá, sempre defendíamos a liderança da comunidade para nossos filhos, achando que assim estávamos ensinando respeito. Por isso, nossos filhos sempre confiaram, cegamente como eu mesma, nos líderes, acreditando neles. Quando acordamos estávamos completamente dentro de uma terrível armadilha. Quando vi os métodos caluniadores e as armações que estavam sendo feitas, os planos diabólicos feitos nas caladas das noites, eu pensei, como alguém já testemunhou, não posso ser conivente, não posso ser cúmplice disto, Deus não faria desta forma, isto é um crime.  Pastores e autoridades nos procuraram perguntando o que tinha acontecido? Porque o pastor JDM os havia procurado, e em alguns casos levando minha filha junto, para nos denegrir e caluniar para estas pessoas.
Minha angústia hoje é pensar: como fica a mente destes jovens achando que foram abandonados pelos pais? Que seus pais são maus. Que abandonaram a Deus. Quem é o responsável por tal estrago nestes corações? São perguntas que faço todos os dias. Como uma pessoa, que se diz ministro do evangelho, pode fazer tal ultraje contra a palavra de Deus? E uma coisa que me assusta muito, é que falam que têm testemunhos das difamações contra nós. Ou seja, pessoas são manipuladas a mentirem, e, sem saber o que está acontecendo, a testemunharem o que não viram, não sabem, só acreditam. Como nós mesmos fazíamos, até nos depararmos com o que acontece de verdade.
A comunidade não é perseguida pelo cristianismo, como é falado para os membros, e nós achávamos que era. A tal “perseguição” é pelos crimes contra as pessoas e desrespeitos com os seres humanos, como disse uma grande pastora “as ovelhas estão despedaçadas pelo caminho e esta comunidade não se importa”. Tenho muitas histórias para contar. A dor é indizível, o pavor indescritível, o choro é constante no coração. Vejo meus filhos em tudo que olho. Os lugares aonde íamos são insuportáveis de entrar, fazíamos tudo juntos, todo o tempo, ficávamos até as 3 da manhã conversando e rindo e falando o que tinha acontecido conosco durante o dia... Estou em pé por milagre, crendo que Deus é fiel e verdadeiro.
Por: Érica Gonzaga.

Érica, uma mãe que não perdeu a esperança, após ter perdido todo o contato com os filhos que tanto ama.

Equipe do Blog Verdades Não Ditas